Se, ao olhar para o céu, vir um bando de aves que parecem ser andorinhas heavy metal, todas vestidas de preto e maiores que o habitual, está a observar andorinhões-pretos (Apus apus). Tal como as bandas de música, gostam de mostrar os seus agudos para que todas as ouçam, cá em baixo.
O formato não engana – quando há “foices negras” no céu, os andorinhões-pretos andam à caça. Os bandos, muitas vezes de dezenas de indivíduos, são tão ruidosos que dificilmente passam despercebidos. O seu canto característico – um chilrear agudo e estridente – é facilmente reconhecível nas tardes quentes, ecoando entre acrobacias aéreas rápidas.
Espécie estival, pode ser observada em todo o território português entre março e outubro. Algumas aves estarão apenas em trânsito para outras paragens, como os países ao Norte da Europa, mas outras ficam por cá durante os meses mais quentes.
Formam-se colónias, muitas vezes em ambientes urbanos, aproveitando fendas em edifícios e estruturas antigas para nidificar. Originalmente, estas aves utilizavam falésias e cavidades naturais, mas a proximidade das cidades trouxe-lhes novas oportunidades de abrigo.