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O lagarto-de-água: um endemismo ibérico a descobrir em Portugal

Florestas Navigator: manter e melhorar valores naturais

As florestas sob gestão da The Navigator Company totalizam cerca de 105 mil hectares em Portugal (país no qual as áreas florestais ultrapassam os três milhões de hectares). Nestas florestas, foram já identificadas mais de 252 espécies de fauna e 900 espécies e subespécies de flora (final de 2022). Aqui, a gestão da biodiversidade é transversal às operações no terreno, para manter e melhorar os seus valores naturais.

  • Observe-as bem: são aves de rapina com cauda longa e bifurcada? Então são milhafres-pretos, também conhecidos como rabos-de-bacalhau. Nos céus da Quinta de São Francisco, em Aveiro, podem ser avistados vários, nesta altura do ano. Apesar de ser uma espécie geralmente solitária, pode formar bandos como este, voando a baixa altitude e ao sabor das correntes térmicas. Conheça melhor esta espécie emblemática e o seu papel nos ecossistemas em que nidifica.

  • Espécie estival e monogâmica, a andorinha-das-chaminés (Hirundo rustica) é uma das cinco espécies observadas em Portugal. A partir de fevereiro e até outubro, estas pequenas aves de não mais de 20 gramas exibem os seus voos acrobáticos pelos céus caçando alimento, insetos e pequenos invertebrados, ajudando a equilibrar a biodiversidade ao evitar a proliferação de doenças e pragas. Espécie ligada simbolicamente ao amor e ao lar, o seu estatuto de conservação é “Pouco preocupante” (LC). Conheça a espécie e a sua rota anual neste artigo.

  • Pertencente à família Tenebrionidae, o escaravelho Akis sp. é um dos habitantes da Herdade de Espirra,
    propriedade gerida pela The Navigator Company. Ecologicamente, são muito importantes. Por um lado, ajudam a reciclar e regular os nutrientes disponíveis no solo já que os adultos e as suas larvas, são decompositores e alimentam-se de matéria orgânica em decomposição que depois devolvem aos solos. Por outro, são fonte de alimento para predadores como aves, pequenos mamíferos, anfíbios e répteis, entrando assim nas cadeias alimentares dos ecossistemas.

  • Vindo todos os anos do Norte da Europa para passar os meses mais frios nas planícies alentejanas, o grou (Grus grus) distingue-se pela plumagem cinzenta e o tufo de penas na cauda. Frequenta os montados, onde se alimenta de bolotas, tubérculos e invertebrados, e ainda campos de restolho ou recentemente semeados. No Zambujal do Conde, uma das propriedades geridas pela The Navigator Company em Évora, podemos observá-lo em todo o seu esplendor entre final de outubro e meados de março.

  • O Besouro-Azeiteiro-de-Quatro-Pintas (Mylabris quadripunctata) é um dos insetos encontrados nas propriedades geridas pela The Navigator Company e, embora só meça entre 13 a 16 mm, faz parte do grupo animal com maior número de espécies. Distribuído pelo sul da Europa, habita áreas arbustivas com flores onde se alimenta de pétalas, folhas e pólen, contribuindo assim para a polinização das plantas e a preservação da biodiversidade existente no Planeta.

  • Considerado um dos mamíferos mais raros que habitam em Portugal, o gato-bravo viu o seu estatuto de conservação agravado para uma espécie “Em Perigo” (EN), segundo o Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal Continental e face à avaliação anterior. De porte médio, caracteriza-se por ter a cabeça larga, o pescoço robusto e uma lista escura que vai da nuca à base da cauda volumosa, pintada por anéis escuros largos. Alimenta-se de roedores, lagomorfos (lebre e coelho), aves, pequenos répteis e invertebrados. Para isso, recorre à sua audição e olfato apurados, além dos bigodes sensíveis. O Felis silvestris ocorre em florestas e tem preferência por zonas rochosas e linhas de água próximas, alcançando os 11 anos em estado selvagem.

  • Espécie endémica da Península Ibérica, o grilo-de-sela-português (Ephippigerida rosae) tem o nome inspirado pelo pronoto (zona atrás da cabeça) em forma de sela e distingue-se pela sua dimensão e aspeto característico. Costuma viver sobre arbustos e herbáceas altas e encontramo-lo em áreas de montados, como acontece na Herdade de Espirra. Segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), encontra-se em perigo, fazendo parte de 25,7% das espécies de ortópteros ameaçadas na Europa.

  • Uma espécie necrófaga sobrevoa os céus de Portugal, sobretudo os do interior e junto à fronteira com Espanha: o grifo (Gyps fulvus), com a sua imponente envergadura de quase três metros e até 11 quilos, é das maiores espécies que podem ser observadas no nosso país. A sua função é também “sanitária” pois, ao se alimentarem de carcaças de mamíferos (selvagens e até de gado), ajudam à sua decomposição, impedindo doenças de se propagarem. Fantástico planador, pode percorrer mais de cem quilómetros por dia. Saiba mais sobre esta espécie na nossa BIOgaleria.

  • De seu nome científico Sternula albifrons, a chilreta ou andorinha-do-mar-anã, é a espécie mais pequena das andorinhas-do-mar observadas em Portugal. Com um voo ondulado e mergulhos rápidos e certeiros no momento da pesca, alimenta-se de peixes e pequenos crustáceos. Podemos encontrá-la entre a primavera e o verão nas zonas costeiras de norte a sul, sobretudo em salinas e nas dunas litorais pouco perturbadas onde nidificam sobre a areia, como acontece frequentemente no Algarve.

  • Típica de clima mediterrânico, a roselha-grande (Cistus albidus) é uma espécie da família das cistáceas, onde se incluem estevas e sargaços. Em território nacional, encontramo-la sobretudo na região sul e centro, incluindo em várias propriedades geridas pela The Navigator Company.Por ser resistente à seca e ao vento, tem facilidade em adaptar-se a diversos tipos de solo e por esse motivo é costume encontrá-la em solos calcários. Nesta altura do ano, as suas pétalas cor-de-rosa compõem um arbusto bastante florido que pode chegar aos 2 metros de altura, sendo uma das primeiras plantas a colonizar áreas ardidas ou perturbadas, pelo que é fundamental na recuperação dos solos.

  • Com flores em cachos que costumam florir a partir de março, a olaia (Cercis siliquastrum) é uma árvore de folha caduca de cariz ornamental que pode atingir oito metros de altura. Porém, o que desperta a curiosidade nesta árvore é o seu nome, também conhecida como árvore-do-amor pela folha em forma de coração. Na Quinta de São Francisco, que integra o património da The Navigator Company, a olaia faz parte das mais de 450 espécies de flora que tornam este local num refúgio natural único em Portugal.

  • As árvores e arbustos centenários do arboreto da Quinta de São Francisco (Aveiro) serão celebrados num livro a publicar ainda em 2023. Para mapear e georreferenciar as mais de 450 espécies identificadas, algumas delas únicas em Portugal e na Europa, foi utilizado um sensor LiDAR acoplado a um drone, ferramenta que torna a gestão dos povoamentos mais eficaz. O modelo 3D daqui gerado é tão preciso que permite distinguir todos os pormenores da vegetação, desde a copa até ao solo. Leia mais sobre o livro Arboreto Monumental da Quinta de São Francisco.

  • A espécie que aqui vê foi pela primeira vez confirmada na Península Ibérica durante o primeiro estudo micológico apoiado pela The Navigator Company no Sudoeste Alentejano. Trata-se de Russula tyrrhenica, uma das poucas espécies dentro do género associadas a Cistaceae. Caracteriza-se principalmente pela ecologia, pelas cores avermelhadas e pelo sabor bem picante. No teste da imagem, reage à resina de guaiaco (azul) e ao sulfato ferroso (laranja-pálido). Saiba mais sobre os cogumelos identificados nesta BIOhistória.

  • A Chaenomeles japonica, também conhecida por marmeleiro-do-japão, é uma espécie exótica e ornamental, da família das Rosaceae. No inverno, despe-se de folhas a dá lugar a delicadas flores de cinco pétalas. Delas advém parte do nome da espécie: da palavra grega chainos, partir, e meles, maçã, por se acreditar que as suas pequenas frutificações comestíveis (embora menos saborosas que os do marmeleiro), com esse formato e que surgem depois da floração, se dividiam ao meio. Pode encontrar este arbusto espinhoso na Quinta de São Francisco (Aveiro).

  • Cerca de 5000 pessoas descobriram, ao longo de 2022, as centenas de espécies que fazem da Quinta de São Francisco um refúgio de biodiversidade. A maioria foram estudantes, que participaram nas atividades do Programa Educativo “Floresta do Saber”.

  • Anel de fada. É assim que chamam a este ser vivo único, formado por mais de 100 cogumelos da espécie Clitocybe nebularis, dispostos num imenso círculo com mais de 10 metros de diâmetro. O organismo teve origem no centro e, com o passar dos anos, foi aumentando a sua amplitude. Neste caso foram necessárias várias dezenas de anos (sem qualquer intervenção) para atingir esta dimensão. Pode ser visto, habitualmente, nos meses de novembro e dezembro, na Quinta de São Francisco (em Eixo, Aveiro).

  • Ao contrário da maioria das árvores em Portugal, o eucalipto-comum (Eucalyptus globulus) começa a florir no início do outono. As suas flores de cor branca-amarelada sucedem-se até à primavera (por vezes, até ao início verão) do ano seguinte. Estas flores são das maiores de entre as árvores do género Eucalyptus e o néctar que produzem ajuda a alimentar as abelhas nos meses em que a maior carência de alimento leva à redução da atividade da colmeia.

  • O Tyto alba é uma rapina noturna, conhecida como coruja-das-torres por se abrigar e nidificar em torres de igrejas, moinhos e celeiros abandonados e até em chaminés de casas habitadas. Comum em Portugal, já foi avistada em várias florestas da Navigator: Malcata, Vale do Sado e Quinta de São Francisco, por exemplo. Mesmo quando não se mostra, a sua presença é denunciada pelas vocalizações e pelas “bolas” de ossos, penas ou pelos que regurgita no final da digestão.

  • Conhece este eficaz inseticida do mundo animal? Falamos da amigável osga-comum (Tarentola mauritanica), que ocorre por todo o país. Diferencia-se de outras espécies pelo seu aspeto dinossáurico, com escamas e espinhos que lembram uma armadura. As patas aderem às superfícies graças a forças intermoleculares (ou forças de Van der Waals).

  • A maior libélula em Portugal chama-se imperador-azul (Anax imperator) e pode ter cerca de 8,5 cm de comprimento e 10 cm de envergadura. Nos machos, sobressai a cor azul e daí vem o seu nome, mas nas fêmeas é o verde que predomina, como se vê nesta foto, tirada por João Ezequiel, na Quinta de São Francisco.

  • Chamam-lhe pintinhas, “alcunha” mais fácil do que Glaucopsyche melanops (nome científico). Distingue-se pelas nuances de azul e podemos vê-la a esvoaçar entre março e julho, por todo o país. Esta pintinhas em particular foi fotografada na propriedade de Ferreiras, em Penamacor, por Nuno Rico, responsável da conservação da biodiversidade na The Navigator Company.

  • O notibó-de-nuca-vermelha (Caprimulgus ruficollis) começa a chegar a Portugal em abril e fica por cá até outubro. Apesar de ser uma ave noturna e que consegue camuflar-se facilmente na natureza, já foi avistada em propriedades da Navigator, na Malcata, Tejo Internacional e Alentejo. A importância de conservar os habitats que sustentam os ciclos naturais destas e de muitas outras “viajantes” é sublinhada no segundo sábado de maio, Dia Mundial das Aves Migratórias.

  • A estrelinha-real (Regulus ignicapillus) é uma ave que habita na Quinta de São Francisco, perto de Aveiro, local onde foi “modelo” para o paciente fotógrafo de natureza Paulo Oliveira. A lista amarela na cabeça indica tratar-se de uma fêmea. Nos machos, o tom é laranja. Em ambos os casos, estas penas coloridas formam uma poupa retrátil que, quando destacada, lembra uma coroa.

  • O chapim-real (Parus major) é uma das aves que mais se tem reproduzido nas caixas-ninho instaladas na Herdade de Espirra (Pegões). As crias, com alguns dias, foram captadas pela objetiva de Nuno Rico, responsável da área de biodiversidade da Navigator, que acompanha de perto o seu crescimento.