Sistemas dunares – Uma sucessão primária
As dunas caracterizam-se pela sua instabilidade e salinidade elevadas. As espécies pioneiras enfrentam, neste ambiente, condições de vento agrestes e escassez de nutrientes. A sua principal missão – should they choose to accept it – é a de estabilizar as areias e criar condições para a sucessão vegetal.
O estorno (Ammophila arenaria) devido às suas raízes profundas e caules flexíveis, demonstra-se hábil na fixação de dunas primárias e na criação de micro-habitats para novas espécies, uma vez que tem a capacidade de formar tufos que servirão de base para espécies porvindouras.
Já o cordeiro-da-praia (Otanthus maritimus), o cravo-das-areias (Armeria maritima) ou a camarinha (Corema album), estabilizam areias interiores e abrem portas ao aumento da biodiversidade.
Áreas pós-incêndio – Uma sucessão secundária
Após um incêndio, o solo fica exposto e vulnerável à erosão. As espécies pioneiras, como as três principais espécies florestais portuguesas (pinheiro-bravo, sobreiro e azinheira) revelam-se fundamentais para a rápida regeneração do solo e restabelecimento do ecossistema.
O pinheiro-bravo (Pinus pinaster) “utiliza” o calor para facilitar a libertação das suas sementes que, ao germinar e crescer, proporcionam sombra para novas espécies. O sobreiro (Quercus suber), graças à sua cortiça espessa, resiste ao fogo e contribui para a recuperação do solo degradado.
Plantas como o rosmaninho (Lavandula stoechas) e a carqueja (Pterospartum tridentatum) tendem a surgir no pós-incêndio, uma vez que detêm a capacidade de suportar a seca do solo e a elevada temperatura, ocupando, assim, rapidamente, o terreno queimado e desocupado.
Certas herbáceas, como, por exemplo, o trevo-subterrâneo (Trifolium subterraneum) também facilitam a cobertura do solo exposto, prevenindo a erosão e melhorando a sua fertilidade.