Inicialmente usada entre biólogos e ecologistas, a expressão biodiversidade passou a fazer parte do léxico comum e é usada com frequência para designar as diferentes espécies do planeta. Mas será que é esse o seu significado? Será que sabemos o que é a biodiversidade?
A palavra biodiversidade foi referida, pela primeira vez, em 1985, por Walter G. Rosen, que a usou como título de um seminário sobre diversidade biológica. Embora o conceito diversidade biológica, natural e genética fosse há muito conhecido, houve, desde então, várias tentativas de definir o que é a biodiversidade.
A definição que veio a ser globalmente aceite foi escrita em 1992, durante a Convenção sobre a Diversidade Biológica, e resume o que é a biodiversidade como “a variabilidade entre organismos vivos de todas as origens, incluindo, entre outros, os dos ecossistemas terrestres, marinhos e de outros ecossistemas aquáticos, e os complexos ecológicos dos quais eles fazem parte – o que inclui a diversidade dentro das espécies, entre as espécies e dos ecossistemas”.
Ao detalharmos um pouco mais, percebemos que há três grandes dimensões contidas na palavra biodiversidade:
- A diversidade genética que existe dentro de uma espécie. É por haver esta diversidade que os indivíduos de uma mesma espécie não são todos iguais. Basta pensar nos animais de companhia, como os cães ou os gatos, para perceber o que significa.
- A diversidade de espécies que existem num determinado local, formando uma comunidade. Desta variedade fazem parte todas as formas de vida: animais, plantas, fungos e milhões de outros organismos vivos só visíveis ao microscópio, como por exemplo os micróbios.
- A diversidade de relações e processos que se estabelecem ao nível dos ecossistemas e suas comunidades, tanto entre os vários seres vivos como entre estes organismos e os elementos não vivos do seu habitat (a água ou o solo, por exemplo), e também as relações e interações entre diferentes ecossistemas. Nesta vertente, é importante reforçar a ideia de que nenhuma comunidade existe sozinha e de que não se manterá estável se o seu habitat sofrer grandes alterações.
Perceber o que é a biodiversidade implica, assim, compreender o que ela significa para os ecossistemas: tal como numa orquestra, em que todos os instrumentos dão o seu contributo coordenado para uma peça musical, também todas estas formas de vida desempenham o seu papel para o equilíbrio dos ecossistemas. Se um instrumento deixar de tocar, a música perde a sua harmonia. Da mesma forma, se a diversidade se reduzir num dado local, o equilíbrio desse ecossistema corre o risco de se perder.