Apesar de se deslocar em pequenos saltos, a fuinha (Martes foina) é um animal que raramente salta à vista. A sua atividade estritamente noturna – repartida entre a procura de alimento e a patrulha do seu território –, aliada ao seu pequeno porte, contribuem para que passe despercebida com facilidade.
Este mustelídeo – família de mamíferos carnívoros que inclui lontras, doninhas e furões – apresenta uma pelagem acastanhada com tons de mel, corpo alongado, orelhas curtas e uma cauda longa e peluda. Pesa, geralmente, entre um a dois quilos e mede até cerca de 85 centímetros. A espécie exibe um certo grau de dimorfismo sexual, sendo os machos, em regra, maiores que as fêmeas.
A sua aparência delicada pode sugerir um animal inofensivo, mas a fuinha é, na verdade, uma caçadora exímia. Dotada de patas com cinco dedos armados com garras fortes e não retráteis, é extremamente ágil e uma trepadora nata – qualidades que abonam a seu favor aquando da caça.
Predadora oportunista, goza de um cardápio diversificado e adaptável à disponibilidade de alimento, variando conforme o local de ocorrência e a estação do ano. Embora prefira micromamíferos, pequenos mamíferos pertencentes ao grupo dos roedores e dos insetívoros como o ouriço-cacheiro ou o musaranho-de-dentes-brancos, não desdenha um prato de aves ou répteis. Em território português e, especialmente, em zonas de ecossistema mediterrâneo, a sua alimentação inclui uma grande variedade de frutos, durante a primavera e o verão e, com o fim da abundância frutícola, artrópodes e pequenos mamíferos.
Fazendo jus ao seu nome, a fuinha tem o curioso hábito de armazenar, junto da sua toca, as sobras das suas refeições para consumo posterior, em períodos de escassez.