O lagarto-de-água, ou Lacerta schreiberi, é uma espécie de réptil endémica da Península Ibérica, sendo possível encontrá-lo em diversos locais de Portugal, desde o Minho até à região de Leiria e Abrantes. Esta zona é complementada por diversas populações dispersas, tornando-as mais vulneráveis à extinção, como é o caso de Sintra e vários locais a sul do Tejo, como Cercal, Odemira e Monchique.
Contudo, é mais fácil ser avistado a norte e centro de Portugal, inclusive em algumas áreas de paisagem protegida, como a Serra do Açor, onde vivem mais de 10 espécies de répteis protegidas pela Convenção de Berna. Esta zona de grande valor natural integra a rede europeia de reservas biogenéticas e visitá-la vale a pena.
Como o seu nome sugere, o lagarto-de-água encontra-se principalmente nas margens de linhas de água protegidas por vegetação de características marcadamente atlânticas, seja em vales de montanha, junto a bosques com clareiras ou em pauis de baixa altitude. A qualidade da água é um requisito para a sua sobrevivência.
Embora globalmente considerada “quase ameaçada” em Portugal, a espécie é classificada como “pouco preocupante” em termos de proteção. Muitos consideram-no um dos répteis mais bonitos de Portugal, devido à coloração turquesa que cobre a garganta dos machos durante a época de acasalamento e que se estende por toda a cabeça. No inverno, essa cor desvanece, mas os tons verde-alface e amarelo com manchas escuras do seu dorso complementam o espectro colorido.
Infelizmente, como acontece com muitas espécies endémicas, o lagarto-de-água enfrenta vários desafios, como a destruição do habitat natural devido a atividades humanas, a poluição da água e a introdução de espécies invasoras. Por isso, é importante consciencializar a população sobre a importância da sua proteção e preservação, não apenas para garantir a sua sobrevivência, mas também para manter a biodiversidade e a saúde do ecossistema.