Durante um passeio pela costa portuguesa, alguma vez foi surpreendido por um inesperado aroma a caril? Esse cheiro pode, sim, assomar o seu nariz vindo diretamente da cozinha de um restaurante à beira-mar, mas também pode, está claro, advir das pequenas flores cor-de-sol da perpétua-das-areias.
De seu nome científico Helichrysum italicum subsp. picardi, esta planta herbácea perene apresenta uma base lenhosa em forma de arbusto, que pode atingir entre 10 a 35 centímetros de altura. Os seus tufos simétricos, pincelados de verde-prateado, são marcados por folhas estreitas, lineares, macias e de margens ligeiramente enroladas.
O período de floração das perpétuas-das-areias é tendencialmente longo, podendo iniciar-se, ainda, durante o inverno, em fevereiro, apesar de ser mais intenso entre maio e setembro.
As suas flores, todas elas tubulares e de um amarelo-dourado vibrante, reúnem-se em pequenos capítulos, a inflorescência comum da família Asteraceae. Estes capítulos são heterogâmicos, isto é, compostos por flores femininas nas margens e flores hermafroditas no centro. Juntas, formam densos corimbos terminais que atraem tanto pela cor como pelo inconfundível aroma doce e, ainda assim, ligeiramente azedo que evoca, sem rodeios, o caril.
O fruto é uma cipsela castanha, glabra e não glandulosa, revestida por um papilho de pelos ásperos.