As rosas-de-páscoa (Primula acaulis), também conhecidas por prímulas-comuns, prímulas-inglesas ou pelos mais criativos pães-de-leite, copinhos-de-leite, primaveras ou pascoinhas – sendo esta designação tradicional do Minho – são uma das primeiras flores a desabrochar durante a época mais fria do ano. Conheça esta espécie que, apesar de pequena em dimensão, é imensa em beleza.
Sem conhecer o seu nome, é muito provável que já tenha admirado a perfeição da rosa-da-páscoa uma espécie perene e autóctone de Portugal continental. São verdadeiras apreciadoras no inverno, com a capacidade de fazer o que a maior parte das plantas não consegue: florir após o auge do inverno, quando ainda há neve a cobrir os solos.
Dependendo das condições climáticas de cada ano, pode florescer precocemente entre dezembro e maio e é por altura da Páscoa que a espécie costuma destacar-se. O seu nome científico, Primula acaulis, significa primeira rosa (prima rosa), mas não acredite neste engano: a espécie faz parte da família das Primulaceae, e não das Rosaceae.
De cinco pétalas brancas (cor que pode variar até ao amarelo escuro) e núcleo amarelo, as folhas verdes de textura felpuda e dispostas em roseta desde o seu centro, apresenta porte baixo. Cada planta cresce até aos 20 centímetros e distribui-se em cachos de até 35 centímetros. A primeira floração dá-se aos 20 meses. Para disseminar as suas sementes, a prímula conta com a ajuda de formigas e roedores que as levam não muito longe, a alguns centímetros da planta-mãe.
Esta é uma espécie hermafrodita, que têm o órgão reprodutor feminino, o pistilo, e o masculino, o estame, que não se autofertiliza. Por sua vez, cada planta gera flores diferentes, umas com proeminência de características femininas (pistilo destacado e estame reduzido) e outas de caraterísticas masculinas (estame destacado e pistilo reduzido).
A Primula acaulis pode ser encontrada desde Portugal (exceto no Alentejo) até ao Cáucaso, na Arménia e na Geórgia, regiões que fazem a fronteira entre a Europa e a Ásia, e também no Norte de África e no Reino Unido. Pela sua predileção pelo inverno percebe-se que a rosa-da-páscoa tem preferência por terrenos húmidos e até argilosos, como os encontrados em florestas caducifólias (espécies que perdem suas folhas geralmente no outono e inverno e as recuperam na primavera) e bosques ripícolas, junto a riachos e sob arbustos, onde encontra sombra, clareiras florestais, bermas de estrada e pastagens abertas.