A Teucrium scorodonia, vulgarmente conhecida como salva-bastarda, é uma planta perene peluda nativa da Europa Ocidental e Central, sendo comum em Portugal. Enquanto espécie autóctone, é observável apenas no Continente, sendo frequente nas regiões a Norte do Tejo e menos a Sul. Como espécie introduzida está também presente no arquipélago dos Açores.
Pertencente à família Lamiaceae, esta espécie destaca-se pela sua adaptabilidade e importância ecológica, fazendo dela um componente valioso dos ecossistemas florestais e dos jardins naturais.
A salva-bastarda é facilmente reconhecível pelas suas folhas verde-acinzentadas enrugadas e triangulares-ovaladas, ligeiramente aromáticas, que apresentam margens dentadas. As flores, dispostas em espigas terminais, são de um amarelo-esverdeado claro e hermafroditas, florescendo entre o verão e o início do outono. A planta pode atingir até 60 cm de altura, preferindo locais sombrios e húmidos localizados em florestas caducifólias (como carvalhais) e perenifólias (como sobreirais) e também em matagais e sebes.
Desde os tempos mais antigos, a Teucrium scorodonia tem sido utilizada na medicina popular devido às suas propriedades benéficas. As folhas e flores são ricas em taninos, que possuem propriedades adstringentes e antimicrobianas. É comummente usada em infusões para tratar problemas digestivos, febres e inflamações. Além disso, as suas propriedades antimicrobianas tornam-na útil no tratamento de pequenas feridas e infeções cutâneas.
Desempenha também um papel importante na manutenção da biodiversidade local. As flores desta planta herbácea são ricas em néctar e, por isso, atraem uma variedade de polinizadores, incluindo abelhas e borboletas, contribuindo para a polinização de plantas vizinhas. Esta característica é particularmente importante em ecossistemas onde a diversidade de plantas depende fortemente destes insetos.