A aparência frágil de uma planta pode levar-nos a acreditar, numa primeira instância, que esta se encontra desequilibradamente vulnerável perante os seus inúmeros predadores. Na verdade, o que estamos prestes a descobrir é que as plantas são dotadas das mais impressionantes mecânicas de defesa, fulcrais no combate aos perigos com que se deparam no decorrer da sua – não tão sossegada – vida.
Alvo para organismos de diminuta dimensão como fungos, bactérias e vírus, as plantas têm como principais predadores os insetos, mas nem de animais de maior porte como aves e mamíferos herbívoros se podem ver livres.
Perante a probabilidade de um constante perigo ao virar da esquina, viram-se forçadas a desenvolver as mais diversas estratégias de defesa.
Mecanismo de defesa ativo ou defesa química
Algumas espécies de plantas são capazes de produzir substâncias químicas tóxicas que as ajudam a proteger-se de predadores. Este tipo de defesa pode funcionar de maneiras diferentes.
Uma delas pode ser o recurso à defesa química em caso de ataque. Alguns tipos de plantas têm a capacidade de produzir enzimas que visam a destruição de paredes celulares dos invasores.
Esse mecanismo também pode ser usado para produzir compostos químicos que atuam como repelentes ou inseticidas naturais dos predadores – como os óleos essenciais dos eucaliptos, alecrim ou hortelã – ou, de maneira oposta, atraem os inimigos naturais desses predadores, oferecendo à planta uma proteção indireta.
No caso das célebres plantas carnívoras, a produção de certas substâncias é essencial para complementar a sua dieta, geralmente pobre em nutrientes. Estas substâncias não só ajudam a atrair possíveis “refeições” (presas) como simplificam e facilitam o processo de digestão.