Quando as espécies observadas têm populações de dimensão considerável e estão presentes em amplas áreas do seu território nativo, não se enquadram em nenhuma das anteriores categorias. Consoante apontarem as evidências, as espécies podem ser consideradas como:
- Quase Ameaçada (NT – Near Threatened): durante o período em que foi observada, a espécie não está ameaçada, mas há informações e indícios de que possa, num futuro próximo, evoluir de forma negativa e vir a integrar uma das categorias de ameaça.
- Pouco Preocupante (LC – Least Concern): é atribuída às espécies cujas populações e área de distribuição são amplas – estáveis ou em crescimento – pelo que a espécie não inspira preocupações quanto ao risco de extinção. Exemplos no mundo animal: o ouriço caixeiro (Erinaceus europaeus) ou a toupeira (Talpa europaea), tanto no Livro Vermelho (anterior) como na IUNC.
São também atribuídas designações às espécies consideradas extintas:
- Extinta (EX – Extinct): uma espécie é considerada extinta quando não existe dúvida razoável sobre a morte do seu último indivíduo. A categoria é atribuída após terem falhado todas as tentativas exaustivas para encontrar um indivíduo nos habitats que lhe são conhecidos e em que potencialmente poderá existir (em toda a sua área de distribuição histórica). Isto significa que as prospeções decorreram durante um período de tempo adequado ao ciclo de vida e forma biológica da espécie em questão.
De forma similar, pode ser atribuída a categoria “Regionalmente Extinta” (RE) quando não restam dúvidas de que, numa dada região, morreu o último indivíduo da espécie, embora existam populações noutras regiões, nas quais é nativa. Um exemplo é o urso pardo (Ursus arctos) que, apesar de ter sido considerado “Regionalmente Extinto” em mais de 20 países onde existia naturalmente, tem populações estáveis em vastas extensões do planeta, pelo que foi classificado globalmente na Lista Vermelha da IUCN como uma espécie que não corre risco de extinção – “Pouco Preocupante” (LC).
- Extinta na natureza (EW)
É a categoria atribuída às espécies que apenas existem em cativeiro, em resultado de cultivo ou com uma ou mais populações naturalizadas fora da sua área natural de distribuição. Também esta categoria é atribuída após terem sido realizados estudos exaustivos sem que tenha sido identificado pelo menos um indivíduo na natureza.
Refira-se que são ainda identificadas com a designação “Informação Insuficiente” (DD – Data Deficient) as espécies que carecem de informação adequada e/ou suficiente para poderem ser avaliadas direta ou indiretamente quanto ao risco de extinção – e que necessitam de informação relevante adicional para poderem ser avaliadas. São exemplo de animais cuja informação é insuficiente o arminho (Mustela erminea), a marta (Martes martes) e o toirão (Mustela putorius). Da mesma forma, pode haver espécies identificadas como “Não Avaliada” (NE – Not Evaluated) para formas de vida que não foram ainda sujeitas aos critérios de avaliação.