Nos recantos mais húmidos e tranquilos de Portugal, encontra-se um pequeno artista que muitas vezes passa despercebido: a rela-meridional. Este anfíbio, apesar de não ser tão famoso como o lince-ibérico, é um dos grandes representantes da biodiversidade nacional. Venha conhecê-lo melhor.
Elegância e agilidade
Seja nas margens de charcos, ribeiros ou zonas alagadas, a rela-meridional (Hyla meridionalis) é um especialista em adaptar-se aos habitats mais variados. O seu segredo? Almofadas adesivas nas pontas dos dedos, que a tornam numa escaladora exímia – um verdadeiro “homem-aranha” dos anfíbios.
A rela-meridional é um pequeno anuro (anfíbio sem cauda), com um comprimento médio de 3 a 5 centímetros. O seu corpo é compacto e hidrodinâmico, coberto por uma pele lisa de um verde-vivo que a ajuda a camuflar-se entre a vegetação. Alguns indivíduos podem apresentar tonalidades mais amareladas ou acastanhadas, dependendo do ambiente. Uma característica distintiva é a lista escura que sai do focinho e termina por cima do ombro. O facto desta faixa não se prolongar lateralmente até ao ventre (presente noutras espécies de rela), facilita a sua identificação. Os olhos são grandes, com pupilas horizontais e íris douradas, um verdadeiro toque de elegância. As patas da frente têm 4 dedos e as de trás 5.