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Anfíbio

Uma rã-de-focinho-pontiagudo e porte robusto

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Embora seja uma espécie de porte médio, a rã-de-focinho-pontiagudo (Discoglossus galganoi) apresenta um corpo robusto. O seu focinho pontiagudo, tal como o nome indica, é a característica mais marcante deste anfíbio que pode ser facilmente encontrado em algumas das propriedades geridas pela The Navigator Company.

Com um tamanho que varia entre os 4,5 e os 6,5 cm de comprimento, coloração em tons de pardo-amarelo ou cinzento-escuro, pele lisa e algumas verrugas granulosas na zona do ventre, cabeça larga e olhos proeminentes, assim é a rã-de-focinho-pontiagudo.

Em termos de habitat, dá preferência a terrenos encharcados e durante o dia refugia-se debaixo de substrato húmido ou entre a vegetação, protegendo-se das variações das temperaturas e dos predadores, tais como a cobra-de-água e inúmeras aves (por exemplo: cegonhas e garças).

Quanto à maturidade sexual da espécie, acontece por volta dos 3/5 anos (machos) e 4 anos (fêmeas), começando a reproduzir-se no mês de outubro em charcos, ribeiras, canais de rega, lagos e lagoas.

Durante a reprodução, que acontece dentro de água e com vários machos, a fêmea pode depositar entre 20 a 50 ovos por acasalamento. Dependendo da temperatura da água, o período de incubação dura entre 2 a 9 dias e o desenvolvimento dos juvenis fica completo ao fim de 20 a 60 dias.

Sabia que…

Atualmente, existem seis espécies do género Discoglossus no ocidente da bacia mediterrânica (Fromhage et al., 2004), mas a Discoglossus galganoi é a única existente em Portugal.

Na fase adulta, a alimentação da rã-de-focinho-pontiagudo consiste em insetos, aranhas, moluscos e até larvas de anfíbios, incluindo da própria espécie. Já os girinos consomem matéria vegetal e detritos.

  • Rã-de-focinho-pontiagudo

    Discoglossus galganoi

  • Anfíbio

  • Género

    Discoglossus

  • Família

    Alytidae

  • Nomes comuns

    sapo-de-focinho-pontiagudo, discoglosso

  • Estatuto de Conservação

    Quase Ameaçado (NT) segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal

  • Estado de Conservação

    Menos Preocupação (LC) segundo a IUCN

  • Habitat

    Ocorre nas imediações de pequenas massas de água com vegetação herbácea. Prefere terrenos encharcados, refugiando-se debaixo do substrato húmido ou entre a vegetação durante o dia.

  • Distribuição

    Em Portugal, ocorre por todo o território e em praticamente todos os tipos de habitat.

  • Tamanho

    4,5 cm a 6,5 cm

  • Longevidade

    Até 9 anos

Como cuidamos desta espécie?

Desde sempre, a conservação da biodiversidade tem sido uma das prioridades da Navigator e é por isso que os pequenos anfíbios que ocorrem nos múltiplos habitats ribeirinhos, charcar e amiais das suas florestas, encontram condições para prosperar.

Nos mais de 390 hectares do Zambujo, uma das propriedades sob gestão responsável da Companhia localizada em Idanha-a-Nova, a rã-de-focinho-pontiagudo integra a lista das 57 espécies de fauna registadas. O mesmo acontece no Parque Natural do Litoral Norte, onde é um dos 7 anfíbios identificados neste parque com cerca de 8761 mil hectares.

Entre as principais ameaças à rã-de-focinho-pontiagudo encontra-se a alteração e a destruição dos locais de reprodução e dos seus habitats, que podem ser permanentes ou temporários (no caso de lagos e charcos), mas extremamente suscetíveis a alterações do foro químico ou físico.

Por isso, nas várias florestas geridas pela Navigator onde está identificada a presença de Discoglossus galganoi, vão sendo implementadas medidas de conservação.

Um bom exemplo é a preservação do amial ribeirinho que se encontra num estado bem conservado, um dos habitats procurados para refúgio, alimentação e reprodução da espécie, localizado na propriedade da Caniceira, distrito de Santarém. Protegido pela Rede Natura 2000, este habitat (91E0 – Amiais ripícolas) está resguardado por boas práticas de gestão, onde se empregam algumas medidas de melhoria ou manutenção de habitat  que seguem a máxima “deixar a natureza seguir o seu curso”, por forma a, entre outros objectivos, evoluir de forma equilibrada e manter a sua funcionalidade.

Outro exemplo está relacionado com a iniciativa Zambujo reCover, onde se vai proceder ao restauro ecológico de uma área equivalente a cerca de 110 campos de futebol. Além da recuperação dos solos pobres, apoio à regeneração natural e plantação de espécies autóctones da propriedade, que dá guarida a mais de uma centena de espécies onde está a rã-de-focinho-pontiagudo, as intervenções que vão acontecer em campo pretendem aumentar a resiliência dos mais de 110 hectares aos efeitos das alterações climáticas e potenciar os serviços de ecossistemas.

O projeto “Zambujo reCover – Projeto de requalificação florestal e proteção de solos” visa a implementação de uma ação de restauro ecológico numa área de 153 hectares, através da rearborização com espécies autóctones, com os objetivos de promover conservação de solos e a melhoria de habitats protegidos.

A intervenção decorre no Zambujo, uma propriedade florestal situada no concelho de Idanha-a-Nova, em pleno Parque Natural do Tejo Internacional e na Zona de Proteção Especial do Tejo Internacional, Erges e Pônsul, área classificada como Rede Natura 2000.

Promovida pela The Navigator Company em parceria com o RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel, a iniciativa tem um orçamento global de 225 774,79 euros e é financiada pelo Programa COMPETE 2020 no âmbito da medida “Apoio à transição climática/Resiliência dos territórios face ao risco: Combate à desertificação através da rearborização e de ações que promovam o aumento da fixação de carbono e de nutrientes no solo” (REACT-EU/FEDER).

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