A Salamandra-lusitânica foi descoberta no século XIX e o único lugar do mundo onde pode ser encontrada é o Noroeste da Península Ibérica (Portugal e Espanha). Esta espécie, que se identifica facilmente pela sua longa cauda, está classificada como vulnerável.
Quem passa pelos Parques Nacionais da Peneda-Gerês, do Alvão, da Serra da Estrela, ou pelas paisagens da Serra do Açor e da Gardunha pode já ter tido um encontro com a Salamandra-lusitânica (Chioglossa lusitanica) e ela pode ser vista também na Serra de Sintra, onde foi introduzida. Esta é uma espécie que só existe (endémica) no Noroeste da Península Ibérica e foi descrita pelo naturalista Barbosa du Bocage, nos anos 60 do século XIX.
Trata-se de uma salamandra de pequenas dimensões – pode alcançar cerca de 15 centímetros – e destaca-se pela sua cauda comprida que, no caso dos adultos, pode corresponder a dois terços do seu comprimento total. De olhos salientes e pele brilhante, a Salamandra-lusitânica apresenta duas linhas dorsais douradas ou cor de cobre, que se unem numa única linha ao longo da cauda.
Apesar de ter hábitos terrestres, esta espécie vive nas proximidades de ribeiros, em zonas montanhosas (até aos 1400 metros de altitude), com vegetação abundante e com níveis elevados de humidade. E é precisamente junto às margens dos cursos de água que este anfíbio deposita os seus ovos. A época de reprodução decorre no período entre maio e novembro e cada fêmea pode depositar 15 ovos debaixo de pedras que estejam ligeiramente submersas, em concavidades existentes nas linhas de água, ou mesmo em grutas. Após a eclosão, a espécie passa por um processo de metamorfose que pode demorar perto de dois anos e a sua vida terrestre prolonga-se em média por mais oito anos.
As alterações ao seu habitat, a poluição dos cursos de água e os incêndios rurais são algumas das principais ameaças a esta espécie, que foi classificada como vulnerável face à área restrita onde se pode encontrar e ao decréscimo do número de indivíduos. Esta classificação aconselha a medidas de preservação e reabilitação dos habitats onde vive, bem como dos locais onde se reproduz – como é o caso das minas e grutas.