O centenário arboreto da Quinta de São Francisco, em Aveiro, será celebrado num novo livro, a publicar em 2023. Para conhecer estas magníficas árvores, há todo um trabalho de mapeamento e georreferenciação a decorrer neste início de 2023, com a ajuda de um drone e de um sensor LiDAR (Light Detection and Ranging).
São mais de 400 as árvores e arbustos monumentais a conhecer e conservar na Quinta de São Francisco. Além da monumentalidade do seu porte distinguem-se pela sua beleza e antiguidade – algumas plantadas há mais de um século “Além disso, são espécies únicas no país e várias até na Europa”, declara, orgulhoso, João Ezequiel, curador da Quinta de São Francisco e líder da equipa que se tem dedicado ao mapeamento do qual surgirá o livro Arboreto Monumental da Quinta de São Francisco.
A equipa é ainda composta por mais dois elementos: o investigador André Duarte, e o engenheiro florestal Luis Muñoz, ambos do RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel, a estrutura de investigação e desenvolvimento (I&D) da The Navigator Company, que tem a sua sede nesta Quinta, em Eixo, perto de Aveiro.
A riqueza deste património é inegável: no arboreto da Quinta de São Francisco encontram-se mais de cem espécies de Eucalyptus e Corymbia (género botânico que inclui os chamados eucaliptos de jardim) e, no seu conjunto, formam um dos maiores arboretos de eucalipto existentes fora da Austrália.
Estas árvores integram-se nas cerca de 450 espécies de flora identificadas na quinta, algumas delas protegidas, como a gilbardeira (Ruscus aculeatus), outras endémicas, como a Rubus vigoi que só cresce naturalmente na região ibérica, contribuindo para fazer destes 14 hectares um hotspot de biodiversidade que importa aprofundar, documentar e conservar.