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Boga-comum, um peixe de água doce

Também conhecido por boga-dos-rios ou boga-de-boca-direita, o boga-comum é um peixe que pode ser observado durante todo o ano, quer em cursos de água corrente ou até mesmo nas barragens portuguesas. Além disso, encontramo-lo em zonas com bastante cobertura ripária, tal como acontece na Barroca da Serra – Penamacor, atualmente sob gestão da The Navigator Company.

Com um estatuto de conservação “Pouco preocupante (LC)”, o boga-comum é considerado um peixe de água doce bastante comum em Portugal, talvez por ser uma espécie endémica da Península Ibérica e também residente. Curioso é o facto do seu nome científico Pseudochondrostoma polylepis ser mais longo que o nome comum, ou não tivesse um corpo alongado, mais até que os seus familiares ciprinídeos. De dimensões médias, tem um focinho proeminente, boca de localização ínfera e barbatanas com uma coloração em tom prateado. Por sua vez, as escamas são pequenas e o peso médio não ultrapassará os 400 a 500 gramas.

Habitat: adapta-se facilmente aos diferentes tipos de sistemas aquáticos e pode ser encontrado em águas frias e bem oxigenadas, embora ocorra maioritariamente em pequenos cursos de água com corrente moderada a forte. Também pode ocorrer nas albufeiras das barragens portuguesas, onde é vista com bastante frequência.

Alimentação: esta espécie alimenta-se de larvas de insetos e pequenos invertebrados (particularmente de moluscos), mas também de vegetação (algas) que aderem ao fundo e à gravilha. Para conseguir rasgar, usa a placa cortante do seu lábio inferior.

Reprodução: é na primavera que ocorre a desova a montante dos cursos de água corrente pouco profunda, mais concretamente entre março e junho. No fundo do rio, as fêmeas depositam os ovos em substrato de cascalho, aderindo depois às pedras ou às algas.

Ameaças à espécie: apesar desta espécie ter um estatuto de pouco preocupante, pode dizer-se que a conservação dos peixes de água doce em Portugal está ameaçada por vários fatores com efeito cumulativo nos cursos de água. É o caso da poluição, destruição de habitats, escassez de água, perda de conectividade por construção de barreiras intransponíveis (exemplos: barragens e açudes) e ainda proliferação de espécies invasoras, particularmente animais como o lúcio (Esox lucius), a perca-sol (Lepomis gibbosus) e o achigã (Micropterus salmoides), que competem ou predam a boga-comum.

  • Boga-comum

    Pseudochondrostoma polylepis

  • Peixe

  • Família

    Cyprinidae

  • Estatuto de conservação

    Pouco preocupante (LC)

  • Habitat

    Ocorre em cursos de água permanentes ou intermitentes, em zonas com maior velocidade de corrente, embora proliferem também em albufeiras.

  • Distribuição

    Espécie endémica da Península Ibérica.

  • Longevidade

    8-10 anos

  • Tamanho

    Máximo 40 cm

Como cuidamos desta espécie?

A espécie boga-comum faz parte do património natural da Navigator e pode ser encontrada em Penamacor, mais especificamente na Barroca da Serra, assim como na Serra da Malcata. Ambas são zonas geridas pela empresa, com áreas de eucalipto.

Considerando as ameaças já referidas e em consonância com a estratégia de conservação da biodiversidade da empresa, cuidar desta espécie requer assegurar o habitat de alimentação, de reprodução e de abrigo, implicando também assegurar medidas de conservação dos habitats ripícolas junto às margens dos cursos de água, onde não são feitas plantações de eucalipto e outros usos/ações incompatíveis, e a constituição de faixas de proteção.

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