Classificada em Portugal como “quase ameaçada”, a Cheirolophus uliginosus é uma espécie única da Península Ibérica e pode ser encontrada perto das zonas litorais.
É raro termos a oportunidade de observar a Cheirolophus uliginosus, uma planta herbácea pouco frequente e sem nome comum, que é única (endémica) da Península Ibérica e que está classificada como “Quase Ameaçada” na Lista Vermelha da Flora Vascular de Portugal.
Apesar de pouco frequente, quando estamos perante um exemplar adulto de Cheirolophus uliginosus, ele pode não passar despercebido, porque pode ser mais alto do que um ser humano: o seu caule pode elevar-se aos dois metros e meio. Outro dos elementos mais distintivos desta planta assenta na sua vistosa flor em tons cor-de-rosa. Esta cor vibrante sobressai entre abril e agosto, época em que têm sido observadas em Portugal plantas em floração.
Em Espanha, onde é uma espécie ainda mais rara, a Cheirolophus uliginosus está classificada no Libro Rojo de la Flora Vascular Española como “criticamente em perigo ”. Ainda assim, alguns núcleos da espécie podem ser observados no sudoeste do país, nomeadamente, na província de Huelva.
Já em Portugal Continental, onde é conhecido um número ligeiramente superior de populações, a Cheirolophus uliginosus está presente de forma dispersa por quase todas as regiões do litoral, principalmente nas margens das linhas de águas, orlas de matos ou prados húmidos. Ainda em 2021, foi encontrado no Parque das Serras do Porto um pequeno núcleo desta planta até então desconhecido. Com esta descoberta, a região do Douro Litoral passou a ter identificados cinco núcleos (Vila do Conde, Matosinhos e Vila Nova de Gaia eram as zonas onde já se conheciam).
Entre as principais ameaças à preservação da espécie está a deterioração do seu habitat, pelo aumento das atividades humanas, como a construção que se desenvolve junto do litoral. Também a utilização intensiva dos terrenos para outros fins (lazer, agricultura) e a poluição das águas são fatores que têm contribuído para a destruição dos ambientes onde vive.