Sendo uma das árvores de fruto cultivada há mais tempo na Europa, é natural que haja tanto a dizer sobre a nogueira (Juglans regia). Além de ser bastante valorizada por proporcionar madeira de qualidade para mobiliário, o seu cultivo serve a produção das conhecidas nozes, usadas na alimentação, mas também aplicações medicinais através das suas folhas.
Quem diria que a plantação de nogueira tem uma história com cerca de 8 mil anos? Tudo terá começado na Grécia Antiga, pensando-se que seja nativa na bacia do Mediterrâneo e Ásia central. Aliás, registos de pólen e cascas revelam sinais de cultivo em Itália há cerca de seis mil anos e na Anatólia, Grécia e Croácia há cerca de quatro mil anos, nomeadamente em zonas agrícolas, bordaduras de campos de cultivo, lameiros e em hortas e pomares.
Com uma enorme capacidade de adaptação, esta espécie consegue crescer em diversos tipos de solos, embora o faça mais rapidamente em locais abrigados de ventos fortes e temperaturas elevadas, dado poderem queimar-lhe o tronco. Em termos de porte, trata-se de uma árvore caducifólia de copa ampla e ramificada, que pode alcançar os 30 metros de altura e durar cerca de 300 anos.
Por ter uma madeira de excelente qualidade que é fácil de polir, tem sido muito utilizada no fabrico de móveis, pelo menos desde o século XVI, mas também de instrumentos musicais, entre outros objetos. Contudo, para chegar aqui será preciso cerca de 50 anos de uma gestão bem cuidada desde muito cedo que inclui uma série de cortes de formação e desrama. O objetivo é ter um tronco sem defeitos, com cinco a seis metros.
Quando se trata de cultivo destinado à produção de nozes, é por volta dos 7 anos que a nogueira começa a dar fruto, aumentado a quantidade à medida que cresce. Ou seja, aos 10 anos pode produzir cerca de cinco quilos, duplicando esta quantidade aos 20 anos, até que entre os 30 e 50 anos alcança a quantidade máxima de 18 kg/árvore.