Estão entre as espécies invasoras mais agressivas: as acácias afetam, e muito, os ambientes onde se desenvolvem e prejudicam a qualidade de vida dos “vizinhos”. Para reduzir o seu impacto negativo, é importante conhecer bem estas invasoras e agir, de forma preventiva, antecipando eventuais distúrbios. Saiba mais sobre este género e porque é a acácia uma espécie invasora que ameaça a biodiversidade.
Tudo começa por uma questão de “má vizinhança”, mas não se resume a isso. As plantas invasoras são espécies exóticas, não-nativas, que são introduzidas no país ao longo do tempo, de forma intencional ou acidental, em áreas fora da sua normal distribuição natural e que se assilvestram de forma descontrolada, comprometendo o ambiente, a economia ou a saúde humana.
A introdução de plantas, hoje consideradas invasoras, foi motivada, em grande parte, para fins ornamentais, para a reabilitação dos solos e para a obtenção de matéria-prima. A exploração de novos territórios foi também propícia a esta troca que, consequentemente, colocou em risco a sobrevivência de plantas nativas. Esta disrupção do equilíbrio natural causou um impacto forte, que continua a ter consequências nos nossos dias.
A palavra-chave nesta discussão é “controlo”, ou melhor, a falta dele. É pela incapacidade de controlar o desenvolvimento destas plantas, que se reproduzem, alcançam uma grande densidade e espalham-se por novas áreas, que se compromete o equilíbrio do habitat e a sobrevivência de outras plantas – as espécies invasoras são mesmo consideradas a segunda causa de perda de biodiversidade, competindo por alimento e habitat, de forma agressiva, com as espécies nativas, comprometendo a sua sobrevivência.
Um dos exemplos de plantas invasoras são as acácias – do género Acacia, integram um conjunto de arbustos e árvores da família das Leguminosas. Entre estas espécies destacamos a Acacia dealbata (mimosa), a Acacia mearnsii (acácia-negra), a Acacia melanoxylon (acácia-austrália) e a Acacia longifolia (acácia-de-espigas):
- Acacia dealbata: esta árvore perene, cuja introdução aconteceu para fins ornamentais, pode atingir até 30 metros, destacando-se pelas suas flores amarelas, num tom vivo; já as suas vagens assumem uma cor castanho-avermelhada. Pode multiplicar-se vegetativamente, mas também por sementes, que podem ser transportadas por animais, aumentando assim a sua capacidade de propagação. Tem a capacidade de invadir sobretudo na sequência de incêndios, tratando-se de uma espécie pirófita, pelo que a gestão florestal e a proteção florestal contra incêndios, assume um papel ainda mais essencial.