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Conheça a Espécie

Águia-de-asa-redonda

É a ave de rapina mais comum em Portugal, sendo facilmente observada no cimo de postes, vedações e outros locais elevados, donde perscruta a paisagem em busca de presas. A águia-de-asa-redonda domina os céus como ninguém, seja a caçar ou a cortejar as fêmeas.

A águia-de-asa-redonda (Buteo buteo), também conhecida como bútio-comum, é uma ave de rapina de porte médio, muito abundante em Portugal. É uma ave que vive em habitats diversos, mas sempre na orla de povoamentos florestais, de coníferas ou folhosas e áreas abertas, como pastagens, campos agrícolas, sapais, pântanos e até regiões montanhosas.

É residente no nosso país, ou seja, reproduz-se e está presente durante todo o ano, apresentando ampla distribuição em todo o território continental e arquipélagos da Madeira e Açores. Durante o inverno, a população desta espécie pode aumentar com a chegada de exemplares vindos do norte da Europa.

É uma ave de rapina diurna identificável por características como a silhueta compacta, de asas amplas e pescoço largo e curto, podendo ser de menor envergadura que um corvo (Corvus corax). A plumagem apresenta normalmente tons escuros (sobretudo castanho), mas com manchas claras, na cauda e em forma de colar, no peito, que são identificáveis em pleno voo.

Espécie monogâmica, nidifica apenas uma vez por ano, na copa de árvores altas, como os pinheiros-bravos (Pinus pinaster), os eucaliptos (Eucalyptus globulus), os carvalhos (Quercus spp.), sobreiros (Quercus suber) ou as azinheiras (Quercus rotundifolia), mas também em penhascos. Pode ocupar o mesmo ninho de ano para ano, restaurando-o, mas não é fiel à mesma árvore, encontrando outro local de nidificação. No período de reprodução (de março a julho), os machos recolhem materiais para a construção dos ninhos e mostram o seu domínio dos céus, entregando-os às fêmeas fazendo mergulhos e acrobacias aéreas. Destes materiais destacam-se galhos, ramos, algumas ervas e arbustos.

As fêmeas põem em média dois a três ovos, brancos com manchas castanhas. Depois de eclodirem, as crias são alimentadas por ambos os progenitores até se tornarem independentes, o que pode levar até três meses.

Quanto à alimentação, a águia-de-asa-redonda prefere os pequenos mamíferos, carcaças de animais, mas também pequenas aves, répteis, anfíbios e também insetos e minhocas. Procuram normalmente locais altos, como postes telefónicos, para localizarem as suas presas nos campos e terras baixas, mas por vezes também podem ser vistas a planar ou até “peneirar” ativamente durante as suas caçadas. Pela esta sua preferência pela vista panorâmica, a águia-de-asa-redonda é uma espécie facilmente avistada.

É uma ave abundante na Europa, que tem visto a sua população aumentar nos últimos anos, pelo que o seu estado de conservação é Pouco Preocupante (LC) (de acordo com a Lista Vermelha da IUCN). Por ocorrer numa área de distribuição tão extensa, esta espécie possui várias subespécies reconhecidas, incluindo uma, presente apenas no arquipélago dos Açores (Buteo buteo rothschildi). Em Portugal, a subespécie presente é a buteo.

Águia de Asa Redonda

Sabia que…

  • A águia-de-asa-redonda distingue-se dos milhafres (Milvus spp.) pela sua cauda em forma de leque, mas pode ser confundida com outras águias, como a águia-sapeira (Circus aeruginosus) e águia-cobreira (Circaetus gallicus).
  • Esta ave pertence à família Accipitridae, que inclui também outras aves de rapina conhecidas, como a águia-de-bonelli (Aquila fasciata) ou a águia-cobreira (Circaetus gallicus), os milhafres (Milvus spp.), gaviões e açores (Accipiter spp.).
  • AVE

    Como cuidamos da águia-de-asa-redonda?

  • Águia-de-asa-redonda

    Buteo buteo

  • Género:

    Buteo

  • Família:

    Accipitridae

  • Estado de conservação:

    A nível mundial e em Portugal, Pouco Preocupante (LC), segundo a Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza.

  • Habitats:

    Habitats bastante diversificados, normalmente na interface entre florestas e bosques, próximos de áreas abertas, campos de cultivo ou pântanos.

  • Distribuição:

    Toda a Europa, incluindo a Macaronésia e parte da Ásia (Rússia, China, Cazaquistão, Mongólia, etc.). Algumas populações migram para o Sul do continente africano e Índia, durante o inverno. Em Portugal, é residente durante o ano e muito comum em todo o país.

  • Altura/comprimento:

    Até 58 centímetros.

  • Longevidade:

    15 a 20 anos, em estado selvagem.

Temas: