Os frutos, pequenos e redondos, são de um vermelho intenso, que sobressai por entre as folhas verde-escuras, lustrosas e recortadas. É assim o azevinho, uma espécie antiga, que se tornou símbolo do Natal, mas que os Celtas veneravam já séculos antes.
O azevinho é uma espécie que faz parte do imaginário de grande parte da população, mas serão mais os que o reconhecem pelas decorações natalícias do quem o terá avistado na natureza. Não é de estranhar que assim seja, porque o azevinho (Ilex aquifolium) é considerado uma espécie relíquia: sobrevivente das florestas subtropicais (Laurissilva) que cobriam o território de Portugal continental antes da era glaciar.
Apesar de ter conseguido subsistir às intensas oscilações climáticas da chamada Idade do Gelo, e de continuar a crescer naturalmente em zonas húmidas de montanha, a sua presença é hoje muito mais reduzida do que nesses tempos longínquos.
No século XX, o corte excessivo de ramos para as decorações natalícias trouxe novas pressões. Para prevenir o seu desaparecimento na natureza, foram proibidos, pela lei nacional e desde 1989, o seu arranque e corte total ou parcial, assim como transporte e venda. Mais tarde, a Rede Natura 2000 veio estabelecer que as florestas de Ilex aquifolium são um habitat natural com interesse comunitário: habitat 9380. Ainda assim, a União Internacional para a Conservação da Natureza avaliou o azevinho como “Pouco Preocupante” na sua Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas.