O coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus) é uma espécie emblemática das nossas florestas. Apesar de reconhecido pela sua presença histórica e importância ecológica, este pequeno mamífero encontra-se, hoje, em perigo de extinção. Descubra esta espécie e os seus múltiplos papéis na dinâmica e manutenção da biodiversidade dos ecossistemas ibéricos.
Com um corpo pequeno e ágil, a espécie de coelho-bravo existente em Portugal pertence à subespécie Oryctolagus cuniculus algirus, distinguindo-se pela pelagem acinzentada com tons amarelados ou castanhos e pela brancura da barriga e da parte de baixo da cauda. Possui patas traseiras bem desenvolvidas, ideais para corridas rápidas em saltos e orelhas longas, com até 7 centímetros de comprimento, que lhe permitem escutar com precisão os sons em seu redor. Não apresenta grandes diferenças entre macho e fêmea (dimorfismo sexual), embora a fêmea seja ligeiramente maior e mais pesada.
O período reprodutivo depende da qualidade e abundância do pasto, mas de um modo geral, ocorre entre novembro e junho. Cada fêmea pode ter entre 3 a 6 crias por ninhada que atingem a maturidade sexual no espaço de poucos meses.
Apesar de pertencer à mesma família das lebres (Leporidae), os dois animais distinguem-se pelo tamanho – o coelho-bravo é mais pequeno – e pela diferença das patas traseiras e das orelhas – as das lebres são maiores.
O coelho-bravo tem ainda uma visão apurada em fraca luminosidade, sendo, por norma, o crepúsculo e a noite as alturas escolhidas para se alimentar e deslocar. Durante o dia, prefere restringir-se às tocas e às áreas de mato denso, onde se sente protegido dos seus predadores.