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O pequeno musaranho-de-dentes-brancos

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Considerado o mais comum dos musaranhos em território nacional, o Crocidura russula tem o estatuto de “Pouco Preocupante” (LC) segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Distingue-se facilmente pelas suas características físicas, em particular o tamanho das orelhas e os dentes brancos, claro, e é um dos residentes da propriedade de Vale de Beja que é gerida pela The Navigator Company. Vamos conhecê-lo melhor?

Com alguma facilidade em adaptar-se aos climas quentes, o musaranho-de-dentes-brancos pode ser encontrado um pouco por toda a Europa, com predominância na Península Ibérica, e distribui-se de norte a sul do nosso país. Em termos de habitat, procura zonas abertas com vegetação herbácea abundante. Porém, dada a sua capacidade de se ajustar a diferentes ambientes, também ocorre em zonas urbanizadas, tais como jardins e de áreas de cultivo, por exemplo.

Sendo-nos óbvio que os dentes brancos, nomeadamente 3 dentes unicúspides, estão na origem do seu nome, há muito mais para dizer sobre a fisiologia da espécie Crocidura russula. Podendo medir entre 5 a 8,5 cm, este pequeno mamífero apresenta tem a cabeça estreita e o focinho pontiagudo com bigodes claros, orelhas arredondadas e olhos pequenos, um dorso acizentado (no inverno) ou castanho-avermelhado (no verão), embora mais esbranquiçado no ventre. Já a cauda é longa e coberta de pelos longos e isolados.

Por ser uma espécie polifásica, o seu dia é ativado por turnos. Neste caso, ao longo das 8 horas de atividade que costuma ter, vai alternando entre curtos períodos ativos (maioritariamente à noite) com períodos de descanso.

Em termos de alimentação, o musaranho-de-dentes-brancos é insetívoro e, por isso, a sua dieta é composta por insetos e uma grande variedade de pequenos invertebrados, ocasionalmente lagartos e pequenos roedores.

Quanto à época de reprodução, iniciada aos 3 meses de maturidade (sexual), esta acontece entre fevereiro e novembro. Em média, a gestação dura entre 28 a 33 dias e, por ano, cada fêmea pode ter entre 4 a 5 ninhadas, por sua vez compostas por 2 a 10 crias. Curiosamente, durante o acasalamento, o casal defende o território em conjunto.

Sabia que o musaranho-de-dentes-brancos

Que vive na cidade costuma ser mais ousado e ativo, comparativamente ao meio rural.

Hiberna nos meses mais frios, em tocas debaixo de troncos ou pedras, e se houverem crias numa toca que seja perturbada, a fêmea leva-as para outro local numa fila ordenada.

No inverno, constrói ninhos onde podem dormir até 6 indivíduos.

  • Musaranho-de-dentes-brancos

    Crocidura russula

  • Mamífero

  • Género

    Crocidura

  • Família

    Soricidae

  • Estatuto de conservação

    Pouco preocupante (LC)

  • Habitat

    Margens de florestas e bosques, montados e áreas de cultivo.

  • Distribuição

    Encontra-se em vários países na Europa, sendo bastante comum na Península Ibérica e, em particular, de norte a sul de Portugal (litoral e interior).

  • Tamanho

    Cerca de 5 a 8,5 cm de comprimento

  • Longevidade

    Até 18 meses

Como cuidamos desta espécie?

Nos 700 hectares da propriedade da Navigator de Vale de Beja, no concelho de Odemira, o musaranho-de-dentes-brancos é uma das espécies que integra as Zonas de Interesse para a Conservação.

Ao todo, são 126 hectares sob a gestão responsável da Companhia onde decorrem ações de restauro de habitats como “forma de compatibilizar a necessidade de preservar a biodiversidade com os objetivos produtivos da empresa”, segundo Nuno Rico, técnico de conservação da biodiversidade.

Também na Quinta de São Francisco – gerida pela Navigator e localizada apenas a 10 minutos do centro de Aveiro, esta espécie existe em abundância. Tendo sido identificada em 2006, é frequente encontrá-la nos jardins e junto dos edifícios do Instituto de Investigação RAIZ, onde se encontra um dos maiores arboretos de eucaliptos da Europa.

Quando se trata de conciliar biodiversidade e produtividade, o conhecimento é a nossa maior ferramenta. Por isso mesmo, em 2019 a The Navigator Company disponibilizou as suas propriedades para um trabalho de campo realizado pelo projeto WildForests, onde se estudou a diversidade e os padrões de vida das espécies animais em florestas plantadas para produção de madeira.

Durante dois anos e em áreas de estudo onde se incluem florestas de eucalipto, foram então observadas várias espécies, entre as quais o musaranho-de-dentes-brancos. Acima de tudo, este projeto permitiu saber mais sobre as espécies de mamíferos presentes em eucaliptais e sobre as práticas que a favorecem, ajudando a The Navigator Company a tomar as melhores opções de gestão florestal a integrá-las na sua estratégia de conservação da biodiversidade.

O projecto WildForests (POCI-01-0145-FEDER-028204) foi financiado pelo FEDER, através do COMPETE2020 — Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (POCI), e de fundos nacionais (OE), da FCT/MCTES.

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