Durante muito tempo acreditou-se que o género Eucalyptus tivera origem há 20 milhões de anos, mas sabemos hoje que é mais antigo. O que de certa forma justifica o facto de pertencer ao ‘universo’ das Mirtáceas (Myrtaceae), uma família botânica bastante extensa. Esta história torna-se ainda mais curiosa pois também o cravinho, a pimenta ou a goiaba são parte desta grande família.
São cerca de 800 as espécies de eucalipto identificadas entre as mais de 5.000 plantas pertencentes às Myrtaceae, mostrando uma diversidade notável associada ao Eucalyptus, árvore com origem na Austrália há 20 milhões de anos. Ou assim se pensava.
Decorria o ano de 2011 quando foram descobertos vestígios de fósseis na Patagónia com cerca de 52 milhões de anos. Posteriormente, uma análise do genoma veio revelar algo ainda mais impressionante: a origem do género tem, afinal, 110 milhões de anos. Seja como for, é inegável que mais de 99% das espécies de eucalipto estão na Austrália, país que permitiu a sua evolução para a enorme diversidade que conhecemos nos dias de hoje.
O género Eucalyptus foi descrito cientificamente pelo botânico francês Charles-Louis L’Héritier em 1788, mas o primeiro contacto de exploradores europeus terá acontecido muito antes. Na realidade foram os portugueses, em 1515, que observaram primeiramente os eucaliptos nas suas expedições a Timor em busca de sândalo (Santalum album), madeira com um elevado valor comercial naqueles tempos. Aliás, só na Ilha de Timor, por exemplo, existem três espécies de eucaliptos: E. urophylla, E. orophila e E. alba. É ainda possível que os portugueses tenham levado sementes destas espécies para outros locais, como o Brasil
Historicamente, esta árvore só chegou a Portugal no início do século XIX e atualmente podemos afirmar que o Eucalyptus globulus é o eucalipto mais comum (e plantado) em território nacional, onde encontra excelentes condições para prosperar: clima ameno e solos de baixa fertilidade e pouco profundos
Segundo o 6.º Inventário Florestal Nacional (IFN6, 2019), em 2015 representava 845 mil hectares em Portugal, cerca de um quarto da floresta nacional (26%), tendo maior presença na região litoral centro (40,2% da área florestal). Além da elevada taxa de crescimento, também a qualidade da sua madeira contribui para estes resultados.