A azinheira é uma árvore típica do mediterrâneo e uma das espécies florestais mais resistentes à aridez. Tal como o sobreiro, tem importância ambiental, económica e social especialmente em zonas mais secas e em solos áridos e pedregosos, onde nem todas as espécies conseguem singrar.
A azinheira (Quercus rotundifolia), também conhecida como azinheira-de-bolota-doce, azinho, sardão ou sardoeira, pertence ao grupo de espécies nativas de Quercus, em Portugal, ou seja, aos vulgarmente designados carvalhos. São árvores da família Fagaceae, na qual também se incluem o castanheiro e a faia, espécies que integravam a floresta primitiva, denominada por Fagosilva, que cobria grande parte do território português, após as últimas glaciações, há cerca de 12 mil anos.
Habituada às agruras do clima, esta resistente consegue viver em condições pouco convidativas, como verões escaldantes e invernos gélidos, e crescer em zonas semiáridas ou áridas, nos mais variados tipos de solo, incluindo zonas pedregosas e escarpadas pouco ou nada férteis (por exemplo, granitos quebrados e quase sem solo), e em altitudes elevadas, povoando a maioria das serras interiores portuguesas.
Parte desta resistência está relacionada com a sua folhagem permanente e um dos seus segredos está nas folhas coriáceas (com uma consistência semelhante ao couro), que estão revestidas por substâncias ceráceas (um género de cera isolante), e que exibem, na página inferior, um revestimento piloso esbranquiçado, que reduz o fluxo de ar que passa pelos poros (estomas), diminuindo as perdas de água por evaporação e transpiração (evapotranspiração). A pequena área das folhas (comparativamente a outros Quercus) e o frequente enrolar da folha, que protege a página inferior da folha, contribuem também para esta redução das perdas de água.