Todos os anos, o Dia da Floresta Autóctone é celebrado a 23 de novembro por ser uma altura que reúne condições climatéricas propícias à sementeira e plantação de árvores. Acima de tudo, esta é uma data que nos relembra como é importante promover e praticar a conservação das nossas florestas naturais e respetiva biodiversidade.
Segundo o mais recente relatório “Estado da Floresta no Mundo 2022”, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a maior parte da vida terrestre encontra-se nas florestas e a biodiversidade nas florestas é também a mais vasta em termos de variedade de espécies e de ecossistemas. Se formos pelos números, estamos a falar de 31% da superfície terrestre do planeta, o equivalente a cerca de 4 mil milhões de hectares que albergam 80% das espécies de anfíbios, 75% das espécies de aves e 68% das espécies de mamíferos.
Por outro lado, em Portugal, as árvores autóctones representam 72% da nossa floresta e quem o confirma é o 6º Inventário Florestal Nacional, desenvolvido pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) entre início de 2016 e final de 2018. Mais do que um inventário que faz o levantamento aprofundado dos recursos florestais a cada 10 anos, este é um estudo fundamental para a gestão responsável deste património natural tendo em vista o uso sustentável e conservação das espécies e dos recursos florestais.
Seja pelo seu impacto ambiental, económico ou social, a floresta tem um papel fundamental na nossa vida e este é o principal motivo pelo qual a The Navigator Company tem investido tanto na sua preservação. Isto passa, obviamente, por travar a perda de áreas florestais e manter as existentes, aumentando a floresta plantada gerida de forma sustentável, sendo que atualmente representa apenas 7% da área florestal mundial.
Quando instaladas em locais adequados e sendo bem geridas, as florestas plantadas para a produção são uma alternativa para suprir as necessidades de matérias-primas e, por isso, a melhor forma de preservar as florestas naturais.
Como cuidamos da floresta autóctone?
Nos cerca de 108 mil hectares de florestas geridas pela Navigator, cerca de um quarto é composto de áreas de produção florestal distintas das plantações de eucalipto (inclui 3.000 hectares de resinosas, entre as quais o pinheiro-bravo e o pinheiro-manso, e 3.800 hectares de sobreiro), manchas de habitats naturais e seminaturais contendo espécies de flora e fauna de importância para a conservação, cursos de água e lagoas.
No Zambujo, uma propriedade de floresta plantada gerida pela Navigator localizada em Idanha-a-Nova, no coração do Parque Natural do Tejo Internacional, esta preservação já está em curso com o “Zambujo reCover – Projeto de requalificação florestal e proteção de solos”.
Promovido pela Companhia em parceria com o RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel, Laboratório de R&D detido pela The Navigator Company, Universidade de Aveiro, Universidade de Coimbra e Universidade de Lisboa, através do Instituto Superior de Agronomia, visa a implementação de uma ação de restauro ecológico numa área de 153 hectares, através da rearborização com espécies autóctones, com os objetivos de promover conservação de solos e a melhoria de habitats protegidos. Após ter dado os seus primeiros passos em 2022, em 2023 tem decorrido a maior parte das intervenções no terreno. Saiba mais aqui.
Relembrando iniciativas anteriores, em 2020 a The Navigator Company forneceu 400 espécies autóctones para uma ação de reflorestação promovida pela Comissão de Melhoramentos de Soito da Ruiva – uma aldeia localizada na Serra do Açor, a 700 metros de altitude, entre a Serra da Estrela e a Serra da Lousã. Numa tentativa de recriar a serra de há muitos anos atrás, os mais de 100 voluntários plantaram castanheiros, nogueiras, azinheiras, azevinhos e medronheiros.
Posteriormente, em 2022, o Dia da Floresta Autóctone ficou assinalado pela doação de árvores para reflorestação, algo que é comum a muitas outras iniciativas apoiadas pela Navigator, através de várias iniciativas municipais, nomeadamente em Guimarães, Vila Nova de Famalicão, Lousada, Vila Nova de Poiares e Torres Vedras.
No global, a floresta portuguesa organiza-se em quatro grandes grupos: folhosas perenifólias (montados, sobreirais, azinhais); pinhais (pinheiro-bravo e pinheiro-manso); folhosas silvo-industriais (eucalipto) e folhosas caducifólias (carvalho, castanheiro e outras).
Os “montados”, sobreirais e azinhais são a principal ocupação florestal, com cerca de um milhão de hectares e representando um terço da floresta. Os pinhais são a segunda, com uma área próxima de um milhão de hectares. Os eucaliptais ocupam 844 mil hectares, cerca de 26% da floresta continental. Já as folhosas caducifólias são a formação florestal menos representativa em área ocupada, com 10% do território florestal.
Por sua vez, 61% da floresta de Portugal Continental é composta por quatro espécies: o pinheiro-bravo (Pinus pinaster), o sobreiro (Quercus suber), a azinheira (Quercus rotundifolia) e o pinheiro-manso (Pinus pinea).
Outras árvores da floresta autóctone portuguesa são a alfarrobeira (Ceratonia síliqua), o amieiro (Alnus glutinosa), o bidoeiro (Betula spp.), o carvalho-negral (Quercus pyrenaica), o carvalho-português (Quercus faginea), o carvalho-roble (Quercus robur), o castanheiro (Castanea sativa), a faia (Fagus Sylvatica), o medronheiro (Arbutus unedo), o pinheiro-silvestre (Pinus sylvestris) e o salgueiro (Salix atrocinerea).